23 de outubro de 2008

Conselho aos que sofrem por amor II

- Ai, minha filha, de novo essa história?
Já não te disse algumas vezes?
Amor é coisa que a gente fica procurando onde colocar. E fica tenso se não tiver esse lugar. Ele se realiza numa pessoa, num trabalho, numa causa social... Aquilo que move a gente, aquilo pelo que a gente diz ter paixão.
Aí a moça diz que tá morrendo de amor, mas tá morrendo é de não ter onde botar o amor. A pessoa amada se foi, mas o SEU amor tá aí, minha querida. Coloca ele em outra coisa. O seu amor é só seu. O meu é só meu. É gostosa a sensação de estar dividindo alguma coisa... Mas a gente só quer amar. Da forma que for. O que quer que seja.
Se ninguém vai receber seus bilhetinhos de "Eu te amo", diga pra você mesma, diga pra sua família! Se você quer agradar alguém com um bolo, agrade os vizinhos, as crianças... Sempre tem gente querendo receber uma parcela dessa amorzão que você fica achando que tem que despejar em cima de um só infeliz, um homem.
Não é por aí, e já te falei.
Você quer é a sensação de amar. Não é?
Então troque seu amor de lugar. Passe de um objeto de afeto pra muitos outros. E não se engane de novo, dando tanto do seu sentimento, do seu tempo, dos seus pensamentos, a uma só pessoa... Viver a dois é gostoso, mas viver em comunidade é melhor. A comunidade permanece quando o dito cujo te esquece.
Veja bem se aprende agora, filha.

- Tá, Vó...

2 comentários:

Danilo Filho disse...

Amei!
(Embora esse tal amor comunitário não seja mto a minha praia. As relações tradicionais ainda me enacntam!)

Lívia Barbosa disse...

wow, q história linda! =)
essa vovó aí tem razão.