24 de dezembro de 2008

Fliga na barriga

Antes de ver escrito, a gente pensa que muita coisa é o que não é. As palavras dão um outro olhar sobre as coisas e, às vezes, tiram grande parte da graça.
Meu irmão, com uns 6 anos, perguntou se falava 'figa da barriga' ou 'fliga na barriga' quando a gente descia um morro de carro. E a gente fez o favor de estragar todo neologismo infantil dele contando que o certo era 'frio na barriga'.

Mas, meu querido Rafael, hoje eu te entendo. Frio na barriga é uma coisa. Fliga, é outra. E eu estou é com muita fliga na barriga! Eu falo do que desconheço, eu quero compartilhar o que estou sentindo aqui dentro. E não há Aurélio, Michaellis, Houaiss ou qualquer outro amiguinho que defina com precisão. Fico com a versão Rafaelis: fliga. Muita fliga na barriga, irmãozinho! Dessas que a gente sente quando tá descendo o morrão e acha uma delícia, mas não sabe qual parte é medo e qual é prazer.

Obrigada por me ensinar coisas da vida, meu anjinho.

Um comentário:

Danilo Filho disse...

De se arrepiar!
E quando a gente pensa que sabe alguma coisa, algum "Guimarães Rosa" inesperadamente aparece e reconstrói algumas "certezas".
E elas ficam muito mais saborosas e divertidas!
É isso: fiquei com Fligas na barriga também!


PS: Saudade aperta, saudade dói. Mas, me agarro na "espera" que traz vontade boa de querer ver!
Mao-lhe!