1 de julho de 2008

Part-ida

É que quase me vou embora
Num suspiro, quase flutuo
Leve, leve
Me leve!
Fotografias e leituras me atraem
para um dia que não é hoje
para um lugar que não me pertence
para um sonho.
E cada dia conto menos um dia.
E cada dia tem menos de mim aqui.

Se não for justo com quem fica?
Perdão.
Mas nunca pertenci a lugar nenhum.
E onde estou é sempre ponto de partida
para os vários abraços que darei no mundo
até amá-lo por inteiro.

Se volto?
Como voltar se nem sei de onde parti?

Eu sou todas as partes de mim
as que querem ficar
e as que querem ir

E ajunto outras partes pelo caminho.
Por isso não volto.
Carrego o que preciso.
Vou de encontro ao que preciso.

Vou de encontro ao impreciso.

3 comentários:

Zimmer-Homem disse...

meio cabalístico, caótico, conformista e obcecado-em-estilo-jim-morrison, mas eu gostei! Você não é a única que se sente assim Dona Carola.
Só uma perguntinha; por que "cada dia tem menos de mim aqui"? Podia ser cada dia tem mais de mim aqui, não? Só depende do ponto de vista..
beijoo

Carol disse...

Não.. Cada dia tem mais de mim em cada lugar que não é aqui. Aqui ainda é o lugar onde o máximo de mim se condensa. E é daí que tudo se esvai, e se perde, na busca de si e do encontro pelo que me completa.

Danilo Filho disse...

Pra que tanta confusão filósifica se no fim a gente é mais feliz aqui?
Hein?
Hein?