30 de junho de 2008

Belle de jour no azul viajava... (18 de novembro de 2006)

A vida é bela! Os pássaros cantam! O céu é azul! A água é azul também!! *rs

Como viajo...

Me aconteceu algo estranho... Aliás, a mim e à Thaís. Ontem foi um dia desses, de céu azul, calor demais, passarinhos cantando (ou morrendo torrados) e uma piscina à disposição. Para os biquinis de menos, empréstimo. Para a felicidade da criança, uma bola azul (ó, combina com o céu e com a água!). Mas para sair do vestiário.... aí fudeu, com o perdão da palavra. Para ser uma boa amiga e não deixar que apenas uma desfilasse pelo desfiladeiro (uai, será que essas palavras têm alguma ligação??) em trajes de banho sem qualquer proteção, fomos as duas beldades semi-nuas atravessar a passarela da morte, onde ninguém (fato que comprovamos depois) passa sem um shortinho ou canga. Parece que uma certa cãibra estantânea atacou os pobres banhistas, que, para a desgraça total, ficaram nos fitando, provavelmente contando cada estria, celulite e dobra de nossos corpos. O nervosismo nos atacou e tudo o que pudemos fazer foi rir. A frase "Ai, que vergonha!" saiu de meus trêmulos lábios numa média de 15 vezes por minuto.
Terminado o desfile fatal, ficamos sentadas na sombra por mais ou menos 10 minutos, pensando numa tática ninja para sair de lá e chegar ao raso (detalhe: a sereia aqui não sabe nadar. Não, nem cachorrinho.) sem que a tortura se repetisse. Não bastasse a vergonha inicial, agora passamos a sentir vergonha da nossa condição ridícula de vergonha. Pois todos deviam ter notado a presença das duas donzelas na sombra e pensado: "Pra que vir ao clube pra ficar na sombra??" Pode ser que ninguém, na verdade, tenha pensado isso. Mas, naquele momento, tínhamos certeza que seríamos até capa do jornal universitário por nossa atitude ridícula.
Passados os 10 minutos, acabamos optando por ir cumprimentar uma conhecida, que estava num local estratégico, próximo à área própria para o banho de pessoas que se afogam com facilidade. No caminho, percebemos a burrice de termos ido descalças, visto que o chão fervia e nossos pés começavam a descamar. A conversa demorou mais que o necessário, e, não sei quanto a Thaís, mas comecei a dar leves pulinhos para escapar da chapa de hambúrguer sob meus pés. Terminada a conversa, fomos entrar na água benta. Tudo durou 13 milissegundos, para que as banhas não fossem vistas por muito tempo, e então, ah, felicidade! estávamos na água! Protegidas dos olhares fulminantes.
Na água a tortura recomeçou porque vimos como éramos ridículas, como estávamos nervosas por nossa condição, como nada daquilo era necessário, mas que, mesmo assim, nada podíamos fazer. E conversávamos, e ríamos, de nervosismo, por não conhecermos ninguém, por sentirmos vergonha... E nós duas tivemos vontade de termos uma turma grande, para nos acompanhar naquele instante, para nos fazer sentir mais à vontade... É muito confortável quando se está no meio de conhecidos...

Graças a Deus, alguns amigos chegaram, e a tortura se resumiu à vergonha de sair da água. Mas isso, não tem como ser controlado. Não por enquanto. E com o tempo, ou fomos nos acostumando, ou o clube foi esvaziando, não estou bem certa. O fato é que a vergonha passou, e espero que da próxima vez, ela nem chegue!! Mas, por garantia, vou sair do vestiário de short. E deixar os objetos pessoais perto da parte rasa. E andar de chinelo.
E o principal: parar de me preocupar com o que os outros pensam.

Acho que isso é o suficiente para começar a viver bem.

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