30 de junho de 2008

Se é pra doer, então que seja com força! (7 de março de 2007)

Dor não cura com penicilina.
O Zeca disse.

Mas podia tanto curar... E, se penicilina não cura, o que cura? Às vezes, quando arrumo um machucado, tipo uma unha encravada, aperto mais, pra fazer doer de verdade, porque aí, a dor comum, que antes me encomodava, agora é pouco, agora dá pra resistir. Mas tem umas dores que não tem como fazer doer ainda mais. Confesso que estou tentando, estou futucando, apertando, pra ver se piora ainda mais e, então, quando já não tiver como ficar pior, vou, ao menos, ter o prazer de pensar: "se não tem como ficar pior, agora é só esperar melhorar...".
Mas tem gente que não colabora, né? A gente faz de tudo pra arrumar uma briga, um motivo pra fazer o cabaré pegar fogo, pra não sobrar nada, nem uma lembrança. Pra ficar só raiva, raiva, raiva. E, depois, ser apenas algo irrelevante. Mas essa gente é fogo. Fogo que não pega no cabaré. Essa gente está sempre de bem e não nos ajuda a acabar com tudo.
Não! Não está tudo bem!
Se eu não posso falar o que sinto, se não posso ser eu mesma, se não posso ouvir suas verdades, se não posso nutrir meus sentimentos mais verdadeiros, se não posso ter isso, então não está tudo bem!
E não venha me sorrir, pois seu sorriso é a penicilina que não resolve nada, que não cura nada. É desperdício. Ao invés disso, briga, grita, me ajuda a fazer doer, me manda tomar no cu. Aí sim, vai doer e doer e doer. E depois sara. Depois passa. Vai passar, né? TEM que passar, né? Você disse.

Tanto amor em mim, em ti nem tanto...

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