30 de junho de 2008

Dor (18 de março de 2008)

Eu escuto meu avô chorando. Longe. Para um homem, até que já o vi chorar bastante.
Ele sacode a cabeça, enruga o rosto, chora se escondendo nas mãos. E solta um gemido que atravessa meu corpo.
"Ô, Pai... tsc"
O choro dele se parece com o meu quando não quero fazer barulho.Eu me pareço muito com o meu avô.
Será que, nesse instante, choramos juntos?
Lágrimas Sousa e Rodrigues que não querem cair. Que não tiram a dor no assoar do nariz. Essa dor que não diminui no desinchar dos olhos.
Ô, Pai...
...
...
...
Não!

Nenhum comentário: