30 de junho de 2008

Diálogo nas entrelinhas (20 de março de 2007)

- O que você está olhando?

- Peraí.

- ... O que você está olhando??!!

- Espera, Carol!

- ... A gente vai ficar aqui parado?

- Calma!

- Fala!

- Olha pra lá que você vai ver.

- ... Não tô vendo nada...

- Nada?

- Uai, tem a chuva, o povo atravessando a rua... E a gente aqui, parado!

- Olha o povo sem guarda chuva, molhando tudo na chuva...

- Vai ver eles estão com pressa pra esperar passar.

- Era isso que eu estava olhando.

- O quê? O povo na chuva?

- A gente tem muita pressa...

- Ann... Tá filósofo, hein?

- Mas é sério. Se a gente soubesse que a chuva vai passar em dois minutos, até esperava passar e depois ia, sem molhar. Tipo, se a gente tem pressa e vai na chuva, fica ensopado; daí a chuva pára e a gente continua molhado, enquanto quem esperou passar passa sequinho perto da gente...

- É, isso é foda.

- É...

- Mas é que não tem como saber se a chuva vai passar logo...

- Tem sim. A gente tem que observar os sinais, tipo se a chuva tá mais fraca, se já dá pra ver o céu...

- É...

- E, às vezes, a chuva não vai passar tão cedo, mas quando ela diminui, a gente tem que aproveitar pra ir, senão engrossa de novo...

- É...

- A gente tem que saber quando é a hora certa de agir. E isso vale pra tudo na vida.

- Nossa, que profundo!

- Mas é! Olha outro exemplo. É feio, mas é um bom exemplo. Quando a gente dá descarga, se solta o botão antes da hora, não vai tudo embora e, se segura demais, tem hora que volta um pouco.

- Credo!

- Mas não é?

- É, né?

- A gente tem que saber a hora certa de soltar.

- De SE soltar também, né? Olha, a chuva diminuiu.

- Diminuiu, mas não passou.

- Mas essa não passa tão cedo...


We've got to know when is the right time to let go.

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