30 de junho de 2008

Ela e as nuvens (27 de fevereiro de 2008)

Ela procurou figuras nas nuvens. E não as viu. Preocupada, foi ao mar onde vive o amigo peixe, que tem todas as respostas (até para coisas que não são perguntas). Ele está no mar, entenda bem, porque peixe assim não cabe em aquário.
Pois bem, ouviu dele que, quando parasse de querer ver figuras, naturalmente as veria. Mas agora, sempre que olha para o céu, ela acaba procurando figuras, ainda preocupada em saber por que foi que elas sumiram.
"Não vejo sequer um carneirinho!! Ou um algodão-doce, que tanto se assemelha a nuvens. Há mesmo quem pense que desse açúcar fofo é que elas são feitas... E eu não vejo nada..."
Ela não quer constatar nada. Não quer se precipitar e dizer que... acabou a criatividade! Shhh!!! Se ela ouvir, vai sentir um nó na garganta e uma vontade de gritar e chorar e dormir. Dormir? É... Como fuga da realidade. Falando nisso, até seus sonhos parecem tão reais ultimamente... Há ainda ilusões e desejos, mas nada que machuque, nada que comprometa o desenho que ela pintou para si. Lágrimas borram pinturas, sabia? Ela não vai se permitir estragar esse quadro tão lindo.
Ela compreende, afinal.
E daí que não há, nesse quadro, nuvens com formato de mamíferos ou alimentos? Nuvens tampam o sol! Ela quer mais é que as nuvens desapareçam!
"Eu consigo ver o coelho na lua! Eu leio livros e crio histórias e danço sem música! Eu tenho CRI-A-TI-VI-DA-DE!"
Satisfeita com sua conclusão, ela sorri.


Comentários feitos lá naquele blog:

01.03.2008 Ah! Amei! Fiquei fã e quero transformar essa historinha em teatro! Vamos???
Danilo


28.02.2008 mui bueno!
Renhe

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